SÍNDROME DO IMPERADOR

O que é a Síndrome do Imperador?

A síndrome é caracterizada por comportamentos de desafio, desobediência e uma necessidade excessiva de controle por parte da criança. Essas crianças demonstram pouca ou nenhuma consideração pelas regras familiares ou sociais, e frequentemente recorrem a explosões de raiva ou manipulação quando querem impor sua vontade, desejam alguma coisa ou têm uma demanda não atendida.

Este tipo de comportamento é também conhecido entre os profissionais da área de saúde, principalmente psicólogos, pedagogos e pediatras, como a SÍNDROME DO IMPERADOR, caracterizado por crianças que assumem um papel autoritário dentro do ambiente familiar, exercendo controle sobre decisões e comportamento dos pais de forma ditatorial.

São momentos terríveis para os pais porque:

  • A postura e o tom que a criança adota são desafiadores, detestáveis e totalmente inaceitáveis.
  • E como, na maioria das vezes, o motivo é irrisório e irracional, fica nos pais a sensação de que estão criando uma criança mimada, “cheia de vontades”.

Características da síndrome do imperador 

  • Comportamentos ditatorial
  • Comportamento manipulador – frequentemente usam de chantagem ou barganha
  • Birras
  • Agressividade
  • Desejo de submeter os pais aos seus caprichos
  • Controle sobre a vida dos pais, familiares e professores

Fatores que podem contribuir para a síndrome do imperador

As causas dessa síndrome não são completamente compreendidas, mas alguns fatores contribuintes incluem:

  • Estilo Permissivo dos Pais: quando pais têm dificuldade em impor limites claros e consistentes, a criança pode assumir uma posição de controle;
  • Pais que tratam os filhos como reis, como se eles não pudessem ser contrariados; 
  • Desejo dos pais que seus filhos gozem de benefícios que a eles foram negados quando crianças;
  • Falta de Consequências: Crianças que não enfrentam consequências adequadas por comportamentos inadequados;
  • Influências Sociais: A sociedade de consumo e a mídia frequentemente promovem a ideia de que as necessidades e desejos das crianças devem sempre ser atendidos, o que pode reforçar comportamentos de dominação;
  • Baixa tolerância da criança ao desconforto e à frustração.

O que fazer com seu filho?

  1. Antes de tudo, é preciso ter muita paciência;
  2. Entenda que fazer todas as vontades do filho não é o caminho ideal; não ceda ao mau comportamento dele nem aceite fazer barganhas, pois isso estará, na verdade, reforçando suas atitudes erradas;
  3. Uma reação automática comum dos pais é repreender intempestivamente os filhos, atitude que pode levar a resultado contrário ao que desejam;
  4. Valide sua experiência. Converse com seu filho e faça-o saber que você entende o que ele está tentando comunicar e vai ajudá-lo a superar a situação;
  5. Quando ele se acalmar, explique os motivos pelos quais ele está sendo repreendido;
  6. Aplique punições adequadas ao mau comportamento; não se trata de agressões físicas ou verbais, mas sim de “castigos” condizentes à idade. Por exemplo, deixar seu filho sem assistir televisão por um dia ou limitar o acesso ao celular;
  7. Ofereça reforço positivo: recompensar comportamentos positivos pode incentivar seu filho a adotar atitudes mais respeitosas e colaborativas;
  8. Ensine-o a entender que a demanda dele será satisfeita quando ele estiver pronto para pedir as coisas de modo respeitoso e gentil.
  • Estabeleça regras claras e limites. É vital que os pais estabeleçam e mantenham limites claros e consistentes, ao estabelecer limites, explique o porquê dos limites; desse modo você está enviando uma mensagem de que você acredita na capacidade de seu filho para administrar suas frustrações e decepções; isso o ajudará a desenvolver o senso de autocontrole e confiança; 
  • Explique de forma calma e racional as consequências de um mau comportamento;
  • Mantenha um diálogo aberto com a criança, ouvindo suas necessidades e sentimentos, mas sem ceder ao controle, é crucial;
  • Incentive o respeito e a empatia pelos outros;
  • Seja um modelo positivo para seu filho.

Busca de Ajuda Profissional: Procure apoio de profissionais da saúde como psicólogos, pedagogos e pediatras. Terapias familiares ou individuais podem oferecer suporte valioso na mudança de comportamentos e na melhoria da dinâmica familiar.


Referências

PETERS, R. Trecho do livro ‘Laying Down the Law’, dirigido aos pais para não criarem filhos mimados. Disponível em: https://www.today.com/parents/kids-out-control-time-be-dictator-wbna11878396

FRAIMAN, L. Síndrome do Imperador – Pais empoderados educam melhor. Ed. Ftd,, 2019.

PSYCOLOGY SPOT. Children tyrants: The Emperor’s Syndrome. Disponível em: https://psychology-spot.com/emperor-syndrome-education/


POLÍTICA EDITORIAL: O site Seven Senses acredita que a educação é a chave para o sucesso no atendimento a pessoas com autismo, síndrome de down e distúrbios relacionados. Trabalhamos para garantir que a seleção de recursos e conteúdos sobre autismo e síndrome de down, aqui publicados, contribuam para a conscientização e apoio a famílias e profissionais que se dedicam ao autismo e à síndrome de down.

Observação: As informações contidas neste site não devem ser usadas como substitutivo de cuidados e aconselhamentos médicos.


Publicado por: Maria Aparecida Griza (CIDA GRIZA)

Especialista em Saúde Mental, Psicopatologia e Psicanálise / PUCPR    |     Especialista em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa – Gerontologia / UFSC    |    Especialista em Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência / UNESC    |     Formação em Integração Sensorial -LUDENS – Campinas/SP   |     Terapeuta Ocupacional da Seven Senses – Espaço Pediátrico de Integração Sensorial – Florianópolis/SC


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