Compartilhamento de cama com crianças: prós e contras
Compartilhar a cama com a criança tem alguns benefícios. Para a mãe, pode ajudar a se relacionar com seu bebê e facilitar a amamentação; elimina a frequência com que tem que se levantar à noite para acalmar o bebê. Isso resulta em mais descanso para ambos.
No entanto, também existem desvantagens. Dormir junto com crianças menores de um ano, poderá machucá-las acidentalmente durante o sono, rolando por cima delas e com riscos de sufocamento.
Crianças maiores que dormem junto os pais podem se tornar dependentes para dormir. Crianças maiores que dormem junto os pais podem se tornar dependentes para dormir. Se isso se prolongar por muito tempo, quando você precisar parar de compartilhar a cama, seu filho ou filha poderá já ter se tornado tão dependente de sua presença que terá problemas mais tarde para dormir só.
Motivos para dormir com os pais
Crianças que não conseguem dormir sozinhas ainda preferem dormir com os pais pelos seguintes motivos:
– Medo do escuro
– Ansiedade geral
– Solidão
– Pesadelos
– Transtornos do sono
– Condições de saúde
Efeitos a longo prazo do dormir junto
Alguns profissionais recomendam que o compartilhamento da cama termine no segundo aniversário da criança devido aos impactos a longo prazo.
Compartilhar a cama pode levar a menos sono para a criança, pois é recomendável que durma cedo, e a diminuição do sono pode levar a resultados ruins no dia a dia e na saúde.
Crianças que dormem com os pais por muitos anos também podem ter dificuldade em forjar suas próprias identidades, tornar-se muito dependentes e não aprender a lidar sozinhos com o sono e outros desafios da vida.
Desenvolvimento da personalidade
Além disso, crianças que dormem com seus pais atrasam o desenvolvimento psicológico. Elas não desenvolvem personalidades consistentes, o que as afetará em suas vidas.
Elas poderão ter dificuldades em aspectos, como:
– Tomada de uma decisão
– Ansiedade social
– Confiança
– Falta de comportamento independente
– Perda de memória
– Baixa energia
– Fadiga
– Obesidade
– Futuros problemas de sono
– Depressão
Quando permitir que seu filho durma com você
Excepcionalmente poderá haver situações que levem você a decidir quando dormir junto, naturalmente baseado numa avaliação, caso a caso. Certas condições de saúde podem tornar necessário manter a criança por perto para poder ajudá-la com os problemas que surgem à noite.
Também pode haver situações em que você permite que acriança durma junto para que ela não fique demasiadamente ansiosa, ou quando ela tiver um pesadelo ou ainda, quando não conseguir dormir devido a raios e trovoadas lá fora. Em circunstâncias como essas, é normal deixá-la vir para a cama com você para que ele possa se sentir seguro e descansar.
Quando dormir junto é definitivamente inapropriado
Quando a criança começar sua passagem para a puberdade, o dormir junto definitivamente precisa terminar. A criança precisará de privacidade, e ela não poderá ter isso se estiver na cama com a mãe todas as noites.
É sensato terminar o relacionamento antes do início da puberdade, mas definitivamente não deve continuar depois desse ponto.
Como decidir o que é certo?
O sono é extremamente importante e, se dormir junto está afetando o seu descanso, certamente a decisão não pode outra senão a de parar.
Se seu filho dorme junto, defina quando e como deseja fazer a transição dessa fase para que seu filho aprenda a dormir de forma independente.
Também pode ocorrer que ele mesmo queira deixar de dormir junto, antes de você, e nesse caso, naturalmente você precisa apoiar essa decisão.
Qual a melhor idade para a transição?
Quando a criança consegue sua própria cama de “gente grande” por volta dos dois anos e meio ou três anos, é um ótimo momento para começar a deixar de dormir junto.
Conseguir uma cama de “gente grande” pode ser um marco para a criança, e então você pode comemorar. Tornar essa transição feliz, em vez de se concentrar na perda, ajudará a criança, ela mesma, a desejar por isso e ter sucesso. Dê um toque positivo à nova mudança, deixando-a animada por ter uma cama de “gente grande”. Se o quarto for exclusivo, por exemplo, pinte as paredes da cor preferida dela, compre roupas de cama com figuras de animais ou personagens favoritos. Mas é igualmente importante evitar motivos que soem negativamente para a criança na mudança para o próprio quarto. Assim, se acriança tem um irmãozinho a caminho, ela pode pensar que está sendo substituída pelo novo bebê; neste caso, sugere-se fazer a transição para sua própria cama três a seis meses antes ou depois da chegada do bebê, para que os dois eventos não pareçam estar relacionados.
Como fazer a transição
Existem algumas estratégias quem podem ajudar, você, mãe, a fazer a transição.
- Comece a conversar com a criança, filho ou filha, sobre a importância do sono e como todos dormirão melhor em suas próprias camas; e dê a ela alguns dias para se acostumar com a ideia antes de começar.
- Inicialmente, comece tentando deixá-la dormir em sua própria cama na hora da soneca antes de tentar o processo à noite.
- Crie uma rotina para dormir e siga-a calma e consistentemente todas as noites.
- Ao colocá-la na cama, não tenha pressa e dedique alguns momentos de carinho.
- Durma com ela no quarto dela por alguns minutos.
- Seja flexível e ajude a criança a desenvolver confiança em suas habilidades de autocontrole.
- Por algum tempo, ela ainda tentará voltar para sua cama, mas não desista.
- Quando a criança estiver doente e você sentir necessidade de ficar com ela durante a noite, durma no quarto dela.
- Quando ela conseguir dormir sozinho, recompense-a com uma ida ao parque ou um sorvete especial. Mas não se esqueça de vincular a recompensa ao sono independente.
Caso, ao final de alguns dias, a ansiedade for grande a ponto de impedir que a criança tenha um bom sono, recomenda-se fazer uma consulta com o pediatra.
REFERÊNCIAS
MEDICINENET. Artigo: Should a 7-year old sleep with their parents. Disponível em:
https://www.medicinenet.com/should_a_7-year-old_sleep_with_their_parents/article.htm
PARENTS WONDER. Artigo: When Should a Son Stop Sleeping With His Mother?. Disponível em:https://parentswonder.com/son-stop-sleeping-with-mom/
THE CONVERSATION. Artigo: Is there such a thing as ‘too old’ to co-sleep with your child? The research might surprise you. Disponível em: https://theconversation.com/is-there-such-a-thing-as-too-old-to-co-sleep-with-your-child-the-research-might-surprise-you-188145
TODAY’S PARENT. Artigo: How to stop co-sleeping an age by age guide. Disponível em:
https://www.todaysparent.com/family/how-to-stop-co-sleeping-an-age-by-age-guide/
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Observação: As informações contidas neste site não devem ser usadas como substitutivo de cuidados e aconselhamentos médicos.
Publicado por: Maria Aparecida Griza (CIDA GRIZA)
Especialista em Saúde Mental, Psicopatologia e Psicanálise / PUCPR | Especialista em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa – Gerontologia / UFSC | Especialista em Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência / UNESC | Formação em Integração Sensorial -LUDENS – Campinas/SP | Terapeuta Ocupacional da Seven Senses – Espaço Pediátrico de Integração Sensorial – Florianópolis/SC
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