Os pais devem se envolver nas intervenções terapêuticas?
Num plano de tratamento, o terapeuta pode atender uma criança duas ou três vezes por semana, passando algumas horas com ela. Pais podem pensar que isso é suficiente. Neste artigo, veremos os benefícios para a criança quando os pais estão ativamente envolvidos num programa de intervenção e por que os pais desempenham um papel fundamental.
Feedback
Como os terapeutas são treinados a dar respostas certas para ajudar a criança a aprender comportamentos apropriados, eles estão aptos a fazer ajustes de acordo com a resposta da criança. Entretanto, quando a sessão termina, a criança pode receber feedback inconsistente ou inadequado dos pais, o que é compreensível. Os pais podem ficar frustrados com a falta de receptividade a instruções ensinadas ou o aparecimento de outro comportamento indesejável. Esta postura dos pais pode levar a criança a desaprender os comportamentos apropriados que aprendidos durante a sessão. Por outro lado, se o feedback dos pais está de acordo com o dos terapeutas, os comportamentos apropriados da criança serão reforçados em vez de desaparecerem após o término da sessão. De fato, um estudo da Universidade de St. Catherine, em Minnesota, mostrou que o envolvimento dos pais aumenta significativamente as habilidades de desenvolvimento e o progresso de uma criança num programa de intervenção terapêutica.
Atividades do dia a dia
Devido ao tempo limitado que os terapeutas passam com a criança, as oportunidades para ela usar, por exemplo, palavras para pedir algo também são limitadas. Por outro lado, a criança também precisa ser capaz de utilizar conhecimentos e habilidades aprendidas com mais pessoas, e não apenas com os terapeutas. Em casa, é muito provável que tenham mais oportunidades de expressar seus desejos, por exemplo, pegar algo fora de alcance, pedir ajuda para abrir um recipiente e outros. Tais situações do dia a dia são oportunidades úteis para encorajar uma criança a falar ou pedir da maneira certa. Há casos em que uma criança faz birra e os pais que não dão o feedback correto, cedem tentando acalmá-la rapidamente, assim acabam incentivando a criança a fazer isso com mais frequência. O feedback recebido pela criança é que fazer uma grande confusão é a forma mais rápida de fazer com que os pais façam o que ela quer!
Benefícios para a criança e para os pais
Como falamos, a consistência é um fator importante na intervenção que uma criança está recebendo; outra razão da relevância do envolvimento dos pais é que geralmente eles estão no comando de sua rotina diária. Se tiverem um forte controle instrucional com o filho, serão capazes de lidar melhor com as tarefas que a criança considera desafiadoras. Ao se envolverem, os pais podem aprender melhor como agir e não desfazer algum comportamento positivo que uma criança tenha adquirido. Eles também conhecerão melhor as habilidades da criança. Tendo esse entendimento, os pais ficarão menos frustrados e estarão mais preparados para identificar quando a criança está tendo uma intenção com aquele comportamento apresentado ou explodindo por questões sensoriais. Isso funciona nos dois sentidos; a criança também ficará menos frustrada quando os pais demonstrarem melhor compreensão de suas necessidades. Cria-se assim um ambiente mais positivo que permite à criança formar um vínculo mais profundo com seus pais.
Resumo
Essencialmente, para melhores resultados e maior vínculo, encorajamos enfaticamente que os pais se envolvam ativamente com o programa de intervenção terapêutica.
Tradução do artigo: “Importance of parents’ involvement in an Intervention Programme / Therapy” publicado em HEALIS AUTISM CENTRE. Veja artigo original, clicando aqui.
POLÍTICA EDITORIAL: O site Seven Senses acredita que a educação é a chave para o sucesso no atendimento a pessoas com autismo, síndrome de down e distúrbios relacionados. Trabalhamos para garantir que a seleção de recursos e conteúdos sobre autismo e síndrome de down, aqui publicados, contribuam para a conscientização e apoio a famílias e profissionais que se dedicam ao autismo e à síndrome de down.
Observação: As informações contidas neste site não devem ser usadas como substitutivo de cuidados e aconselhamentos médicos.
Publicado por: Maria Aparecida Griza (CIDA GRIZA)
Especialista em Saúde Mental, Psicopatologia e Psicanálise / PUCPR | Especialista em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa – Gerontologia / UFSC | Especialista em Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência / UNESC | Formação em Integração Sensorial -LUDENS – Campinas/SP | Terapeuta Ocupacional da Seven Senses – Espaço Pediátrico de Integração Sensorial – Florianópolis/SC
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