POR QUE MEU FILHO É AGRESSIVO?

O comportamento é uma forma de comunicação. Identifique o que a criança está comunicando para ajudá-la a lidar com suas emoções.

Frequentemente associamos a raiva apenas à agressividade, mas a raiva não é a única razão pela qual o seu filho pode demonstrar comportamentos agressivos. Emoções como ansiedade, confusão, tristeza, medo, estresse e dor também podem provocar agressividade em crianças com TEA.

É fundamental reconhecer que emoções como raiva, medo, ansiedade, dor e tristeza, em princípio, são saudáveis e normais de serem sentidas. Entretanto, devido às conotações negativas que cercam estas palavras, muitas vezes evitamos falar disso, o que pode ser ruim para crianças com TEA.

Exemplos de emoções

Alguns exemplos de emoções que podem levar uma criança a manifestar comportamentos agressivos são:

– Ansiedade na transição de uma atividade para outra.

– Confusão sobre o que está acontecendo/atividade

– Oprimido pelas demandas colocadas

– Medo de lugares/objetos

– Dor devido a alguma lesão

– Tristeza por ansiedade de separação

Qualquer que seja o comportamento que a criança apresente, é necessário identificar o que ocorreu antes para entender por que ela está respondendo dessa forma. Para isso, relembremos o que a criança estava fazendo antes da reação. Por exemplo, o que aconteceu antes da criança começar a chorar? Ela tropeçou em alguma coisa que a machucou, levando a manifestar o comportamento agressivo ou ela começou a chorar durante a mudança de uma atividade para outra?

Nenhuma criança mostra espontaneamente um comportamento agressivo sem antecedentes. Portanto, mantenha a calma e identifique o que aconteceu antes. Lembre-se de que o que parece um acontecimento pequeno para você pode ser um grande acontecimento para a criança; portanto, não descarte os pequenos acontecimentos. Em vez disso, reconheça-o, pois esse evento pode ter desencadeado uma emoção que causou o comportamento agressivo.

Conhecer o nível de comunicação da criança pode ajudar a identificar a causa do comportamento agressivo. Quando uma criança não consegue expressar os sentimentos ou pedir o que precisa ou deseja, ela pode usar um comportamento agressivo para se comunicar. Por exemplo, se a criança ficou incomodada com a intensidade com que você falou, ela poderá reagir batendo como forma de dizer “Você está falando muito alto”. Neste caso, depois de identificar o fato anterior ao comportamento , você, em vez de dizer “Não bata na mamãe”, você pode perguntar “Estou falando muito alto? Diga à mamãe, “alto” e certifique-se de que a criança repita depois de você e diga “alto” para ensinar a criança as palavras que ela deve usar para situações semelhantes no futuro.

Estratégias para lidar com a agressividade

Eis algumas maneiras de lidar com comportamentos agressivos.

1. Fique calmo

Quando seu filho liberar grandes emoções, mantenha a calma e não acrescente mais emoções à mistura.

2. Palavras são poderosas

Algumas crianças com TEA podem ter dificuldades com a linguagem e a compreensão, portanto, fazer muitas perguntas ou falar frases complexas pode não ser útil. Embora você ainda possa fazer perguntas para compreender e ajudar seu filho, minimize suas frases. Por exemplo, quando seu filho de repente começa a bater em você enquanto você assiste TV. Em vez de dizer “Pare de me bater, use suas palavras”, diga “Está alto?” ou em vez de “Venha aqui e sente-se”, diga “Sente-se”.

Além disso, em vez de dizer ao seu filho o que não fazer, “Pare de me bater”, diga a ele o que fazer, dizendo “Baixe as mãos”.

3. Use dicas visuais

Se seu filho não é verbal, lembre-se de que provavelmente ele ainda será capaz de entender o que você está dizendo. Portanto, fale com ele, usando dicas visuais para permitir que ele comunique suas necessidades. Isto também pode funcionar com crianças verbais que têm dificuldade em comunicar as suas necessidades quando estão sentindo grandes emoções.


Conclusão

Os comportamentos são uma forma de comunicação e é útil reconhecer os fatos que antecederam tais comportamentos para descobrir a razão que está por trás deles, para podermos assim abordar adequadamente a raiz do problema


Traduzido e adaptado do artigo “Why is my child aggressive?” publicado em HEALIS AUTISM CENTRE. Para ler o original clique aqui >>


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Observação: As informações contidas neste site não devem ser usadas como substitutivo de cuidados e aconselhamentos médicos.


Publicado por: Maria Aparecida Griza (CIDA GRIZA)

Especialista em Saúde Mental, Psicopatologia e Psicanálise / PUCPR    |     Especialista em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa – Gerontologia / UFSC    |    Especialista em Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência / UNESC    |     Formação em Integração Sensorial -LUDENS – Campinas/SP   |     Terapeuta Ocupacional da Seven Senses – Espaço Pediátrico de Integração Sensorial – Florianópolis/SC


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