O que é um colapso nervoso?
Ao contrário de seus colegas típicos, algumas crianças autistas têm “explosões emocionais” para chamar a atenção ou alcançar um resultado desejado (como ganhar um novo brinquedo ou sua comida favorita).
Um colapso autista é uma resposta intensa a um estresse físico ou emocional, repentino, sem aviso. Ele pode simplesmente expressar sentimentos de excitação, frustração ou ansiedade. Também pode ser uma reação a sobrecargas sensoriais.
O que pode desencadear um colapso?
- Sobrecarga sensorial: uma criança é sensível ao som, toque, paladar, cheiro, imagens ou movimentos
- Mudanças inesperadas na rotina diária
- Ansiedade
- Dificuldades de comunicação
Fatores subjacentes que contribuem para colapsos e outras respostas emocionais atípicas:
- Dificuldade em entender normas e convenções sociais
- Problemas para seguir ou usar a linguagem falada
- Uso de comunicação não verbal
- Não estar consciente das reações prováveis dos outros ao seu comportamento
- Desafios sensoriais que podem atrapalhar comportamentos positivos
- Falta de motivação social ou desejo de aceitação social
A realidade é que crianças com autismo geralmente têm menos controle sobre suas emoções. Como resultado, explosões emocionais são mais comuns.
Resumindo
Crianças com autismo são propensas a explosões e outras respostas atípicas porque geralmente têm dificuldade em entender as normas sociais, a comunicação não verbal e a reação dos outros ao seu comportamento.
O que fazer durante um colapso
Mesmo o pai mais vigilante ocasionalmente enfrentará o colapso de seu filho com autismo. Quando isso acontecer, as dicas a seguir podem ajudar:
- Fique calmo: o primeiro passo para ensinar seu filho a administrar seus próprios sentimentos é você manter a calma.
- Reconheça os sinais: Crianças com autismo geralmente mostram sinais de angústia antes de terem um colapso. Esteja atento às mudanças no comportamento de seu filho e pergunte a ele o que ele está sentindo, se algo está errado.
- Verifique se há mudanças no ambiente: isso pode envolver coisas tão simples quanto fechar uma porta, desligar a luz ou diminuir o volume da música.
- Dê espaço à criança: se seu filho não corre o risco de se machucar, dê a ele espaço para se acalmar sozinho. Fique por perto para garantir que ele permaneça seguro e nestes momentos, evite tentar “consertar as coisas”.
- Mantenha recursos de autoconsolo por perto: se você estiver longe de casa, certifique-se de ter o brinquedo sensorial favorito de seu filho, cobertor ponderado, vídeo ou livro à mão.
Resumindo
Se uma criança tiver um colapso, forneça-lhe um brinquedo sensorial ou outros recursos auto-relaxantes. Verifique se há mudanças no ambiente que podem ter desencadeado o colapso. Dê a ela espaço para controlar suas emoções sozinha.
O que NÃO fazer durante um colapso
- Não envergonhe a criança: gritar “aja de acordo com a sua idade!” não tem efeito em uma criança que não está ligada com o que é apropriado para a idade.
- Evite racionalizar ou discutir: uma criança com autismo achará impossível ter uma conversa racional no meio de um colapso.
- Evite ameaçar a criança: isso será ignorado, deixará você com mais raiva ou agravará a situação.
- Não deixe a criança sozinha: você pode dar espaço a ela, mas não a deixe. Crianças com autismo podem ter dificuldade em entender o perigo potencial nestas situações. Fique perto o suficiente para que elas saibam que você está lá.
- Não deixe que outra pessoa lide com a situação: mesmo com as melhores intenções, a maioria dos adultos não tem ideia de como lidar com uma criança com autismo. Entre e assuma o comando.
Resumindo
Como pai, a melhor coisa que você pode fazer durante um colapso é manter a calma. Não castigue ou ameace a criança, não levante as mãos nem vá embora. Fazer isso pode agravar a situação. Recursos úteis: cobertores ponderados e terapia de toque profundo para autismo.
O que fazer DEPOIS de um colapso
Imediatamente após um colapso, seu filho pode se sentir exausto. Coisas que você pode fazer para ajudar seu filho a se recuperar de um colapso incluem:
- Dê a ele tempo e espaço para se recompor.
- Forneça uma atividade relaxante e familiar para fazer, como ler um livro ou tocar um objeto sensorial.
- Passe algum tempo com o animal de estimação da família.
- Toque música favorita dele.
- Se a linguagem e a capacidade de desenvolvimento permitirem, reserve um tempo depois, quando ambos estiverem calmos, para conversar sobre o que aconteceu.
- Tente identificar se houve novos elementos desencadeadores ou uma combinação deles.
Sumário
Os colapsos são comuns em muitas crianças com autismo. Eles geralmente não são “birras”, mas uma resposta a situações estressantes que as dominam. Os colapsos geralmente ocorrem devido à sobrecarga sensorial ou fatores desencadeantes como sons altos, cheiros fortes ou mudanças na rotina ou no ambiente.
A preparação é fundamental se uma criança com autismo é propensa a colapsos. Encontre ferramentas sensoriais que possam confortar uma criança em momentos de estresse. Isso pode incluir brinquedos de apertar, cobertores ponderados, um vídeo ou livro calmante, um balanço ou até mesmo um animal de estimação. Se ocorrer um colapso, dê ao seu filho tempo e espaço para se acalmar e aprender a se autorregular. Não tente envergonhar, culpar ou ameaçar uma criança durante um colapso. A explosão pode estar além da compreensão emocional da criança e servir apenas para piorar a situação
Tradução do artigo: “How to Help a Child With Autism Calm Down“, publicado em VERYWELL HEATH. Original disponível <clicando aqui> .
POLÍTICA EDITORIAL: O site Seven Senses acredita que a educação é a chave para o sucesso no atendimento a pessoas com autismo, síndrome de down e distúrbios relacionados. Trabalhamos para garantir que a seleção de recursos e conteúdos sobre autismo e síndrome de down, aqui publicados, contribuam para a conscientização e apoio a famílias e profissionais que se dedicam ao autismo e à síndrome de down.
Observação: As informações contidas neste site não devem ser usadas como substitutivo de cuidados e aconselhamentos médicos.
Publicado por: Maria Aparecida Griza (CIDA GRIZA)
Especialista em Saúde Mental, Psicopatologia e Psicanálise / PUCPR | Especialista em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa – Gerontologia / UFSC | Especialista em Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência / UNESC | Formação em Integração Sensorial -LUDENS – Campinas/SP | Terapeuta Ocupacional da Seven Senses – Espaço Pediátrico de Integração Sensorial – Florianópolis/SC
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