Como o estilo de parentalidade impacta o desenvolvimento e o sucesso na vida dos filhos.
De acordo com os estudiosos da parentalidade, existem vários estilos diferentes. Há os permissivos, pais que permitem tudo, não estabelecem regras, embora carinhosos; há, no outro extremo, os autoritários, que enchem as crianças de regras e punições; há também os negligentes ou ausentes. De acordo com estudos sobre as teorias dos estilos parentais (BAUMRIND, D. 1967) desenvolvidos no final da década de 1960, coordenados pela pesquisadora e psicóloga Dra. Diana Baumrind, os três estilos parentais (permissivo, autoritário e negligente) citados acima trazem graves consequências ao desenvolvimento emocional do ser humano.
Os três tipos de parentalidade
Os estilos mais comuns de parentalidade são o autoritário, o participativo e o permissivo.
Parentalidade permissiva
Este estilo de parentalidade tem muito poucas regras e expectativas das crianças. Na maioria das vezes, os pais são amorosos e expressam carinho pelos filhos, mas não os veem como maduros ou capazes o suficiente para realizar determinadas tarefas ou para assumir responsabilidades que exigem autocontrole.
Pais permissivos raramente disciplinam seus filhos. Eles evitam o confronto sempre que possível. Em vez de estabelecer regras e expectativas ou tentar evitar que problemas aconteçam, optam por deixar as crianças descobrirem as coisas por si mesmas.
Parentalidade autoritária
Este estilo de parentalidade é mais do tradicional “É assim, porque eu disse que é!”. Os pais estabelecem regras, mas não têm muita interação com os filhos. As regras são rígidas, as punições são rápidas e duras. A criança tem que obedecer.
A parentalidade autoritária consiste principalmente em exigir controle e obediência irrestritos da criança e, às vezes, em punir severamente se as regras não são seguidas.
Parentalidade participativa
Este tipo de parentalidade pode ser visto como um equilíbrio entre os dois estilos mais extremos de parentalidade. Dra. Diana Baumriand acredita que esse estilo parental é o mais “adequado” porque equilibra o respeito à personalidade da criança e mantém o pai íntimo e próximo de seu filho.
Pais participativos estabelecem regras e expectativas para seus filhos, mas também respondem a eles com consideração e amor. Eles praticam a disciplina, mas também dão feedback. Eles ouvem mais e discutem as consequências e o comportamento esperado. Apoiam as iniciativas das crianças e usam uma mistura de deixar as crianças aprenderem e orientá-las com respeito. Os pais participativos fornecem diretrizes saudáveis que permitem às crianças vivenciarem o mundo de maneira segura e amorosa.
Estudos indicam que a parentalidade permissiva está realmente ligada a problemas nas crianças, como baixo desempenho acadêmico e comportamentos inadequados. Por exemplo, um estudo descobriu (WILLIAM L. R.et al, 2009) que crianças de até 4 anos de idade tendem a apresentar mais problemas quando tem pais permissivos.
A parentalidade permissiva também tem sido associada a comportamentos mais arriscados em crianças maiores, como beber demais na adolescência e problemas relacionados ao álcool em adultos jovens. Crianças com pais permissivos também relatam ter menos intimidade com seus pais.
O estilo parental participativo tem sido associado a alguns aspectos positivos em crianças e adolescentes, ao desenvolvimento da maturidade psicossocial, à cooperação com colegas e adultos, à independência responsável e ao sucesso acadêmico. Estas crianças também têm relacionamentos mais íntimos com seus pais.
Convém ressaltar, no entanto, que existem diferentes níveis de estilos parentais permissivos. Por exemplo, um pai pode ser permissivo em algumas coisas – como quanta televisão seu filho assiste – e mais autoritário em outros aspectos.
Conclusão
Embora tenham sido apontados três tipos principais de estilos parentais, na verdade a parentalidade ocorre de muitas formas. Estudos sugerem que os tipos mais extremos de parentalidade são a parentalidade permissiva, com quase nenhuma regra ou expectativas e a parentalidade autoritária, com exigências de obediência total.
Ambos os tipos podem trazer prejuízos tanto para as crianças quanto para os pais. O equilíbrio entre os dois estilos parentais, com foco em um relacionamento íntimo e amoroso e também com regras firmes e disciplina, mas sempre levando em consideração a criança como indivíduo, tem sido associado a efeitos mais positivos para as famílias.
Adaptação e tradução do artigo: “What is permissive parenting” revisado por Karen Gill, M.D. , escrito por Chaunie Brusie, Publicado em HEALTHLINE. Artigo original disponível clicando aqui.
Referências:
- Baumrind D. (1967). Práticas de cuidado infantil antecedendo três padrões de comportamento pré-escolar. Disponível em: https://psycnet.apa.org/record/1967-05780-001
- Williams LR, et ai. (2009). Impacto da inibição comportamental e do estilo parental na internalização e externalização de problemas desde a primeira infância até a adolescência. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19521761/
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Publicado por: Maria Aparecida Griza (CIDA GRIZA)
Especialista em Saúde Mental, Psicopatologia e Psicanálise / PUCPR | Especialista em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa – Gerontologia / UFSC | Especialista em Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência / UNESC | Formação em Integração Sensorial -LUDENS – Campinas/SP | Terapeuta Ocupacional da Seven Senses – Espaço Pediátrico de Integração Sensorial – Florianópolis/SC
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